O tão esperado carnaval chegou e como o
feriado é prolongado aproveitamos para emendar a semana na Serra da Bocaina,
pico de escalada em quartzito há 30 km do (é “do” mesmo rsrsrsrs , pelo menos é
assim que os escaladores que moram “no” Araxá falam, rs) Araxá.
Mara na via Efeito Colateral
O pico é alucinante e está entre os
melhores de MG, destacando-se pelas vias aéreas e de grau HARD, rsrsrsrs. Sim,
lá tem escalada para todos os níveis, desde o iniciante ao pró mas se prepare
mentalmente para passar mal até no quarto grau, rsrsrsrsrsrs.
Visual da escalada na Serra da Bocaína
Partimos eu, Kbeça e Leozera (o Capitão) no
Sábado bem cedinho para evitarmos trânsito na estrada e ainda aproveitarmos a
escalada ainda no Sábado à tarde. Foram 4 horas e meia de trip sossegada com uma parada
deliciosa no Café da Terra com direito, como bons mineiros, a pão de queijo
quentinho e lógico que acompanhado de um cafezinho, hummmmmmm.
Flavinha na via De mão beijada
Chegando em Araxá nos abastecemos de rango
num dos supermercados para pelo menos os próximos cinco dias. Como o pico de
escalada fica fora da cidade é necessário levar o que for comer durante os dias
que for ficar lá para evitar ficar indo a cidade. Embaixo de chuva percorremos
os 30 km de estrada de terra com um pouco de emoção, rs. A estrada é excelente
porém quando chove o barro a transforma em pista de dança, rs. Ao chegarmos ao novo
abrigo levamos um susto. Sim, o antigo abrigo “mega roots na zela” rs se
transformou num simples, porém aconchegante abrigo de escaladores e outros
esportes afins. Agora há beliches com cobertores e travesseiros, banheiros
feminino e masculino, cozinha separada da casa sem contar a área externa de
camping que está bem melhor. Lugar perfeito para passarmos os próximos dias “mergulhados”
no climbing! http://refugiobocaina.wordpress.com/
O melhor abrigo para sua escalada na Bocaína, experimente essa vibe!
Encontramos nossos amigos da Bocaina Roots
(Guerreiro, Gustavinho, Arguinho...) e reencontrei meus saudosos amigos do Rio,
Flavinha e Felipe agora com sua filhinha pedra (sim, Pedra é o nome da
cachorrinha “pastoreira” deles que também é escaladora, rs). Fizemos novos
amigos (Lucas Lima, Lucas Motoshima, Hélio Beiroz, Aline Machado, uma turma de
Uberlândia, Goiânia...) . A vibe estava completa!!! Para completar mais tarde ainda chegaram o
casal Luana Riscado e Eduardo e os outros amigos da Bocaina Rafinha, Cabelinho.
E para aumentar a família uma cachorrinha esfomeada, a Nina, que nos adotou, rs
Ilustre parceira de viagem, mais conhecida como Pedra
Nestes nove dias de intenso climbing
experimentei por indicação do Kbeca a linda via cor de rosa Bafo de Onça (9ª
duro). Esta é caracterizada por um boulder inicial de dinâmico a partir de regletes
pequenos e um pouco machuquentos com pés ruins (para quem é mais baixo é bem
difícil. Na verdade o crux para mim era fazê-lo um tanto esticada) e um segundo
boulder mais em cima que pega no encaixe e na resista. Custei a me encaixar no
primeiro boulder e depois com a vibe da galera isolei toda a via, porém resolvi
deixar para uma próxima trip, pois após algumas entradas percebi que seria
difícil mandar esta via nesta viagem (pele teria que dar muita raça, queria escalares
mais vias). Projeto para a próxima viagem!
Visual incrível da via Do Próprio Veneno
Experimentei também outro 9ª (Grande
Hotel), este situado, para mim, numa das paredes mais belas da Bocaina, setor
do terceiro andar. Este setor tem vias de 7ª a 9c que como o nome diz, já se
escala do alto, desfrute total para o escalador. A via Grande Hotel é macia,
com agarras grandes e anatômicas caracterizada por apenas um crux, um crux de
força mas também de muito encaixe. Entendi o crux mas não me encachei, rs, pelo
menos nesta viajem, mas valeu a experiência.
Descanso para cadena da via Do Próprio Veneno
Ainda neste setor resolvi entrar numa via
de aresta que se chama Do Próprio Veneno, um 7c lindo, talvez o mais lindo que
já escalei, e para mim um tanto exigente mentalmente. A escalada é aérea e bem diferente do estilo
papai mamãe ao qual estou acostumada. Já tinha entrado na via em outra viagem
então como já tinha perdido o flash entrei parando de costura e costura e betando
todos os movimentos. Escureceu e tentei a cadena com head lamp 2x, porém estava
um tanto úmida a parede e adrenei com algumas aranhas (sim, à noite as aranhas
saem de suas casinhas e admito ter aracnofobia aiiiii)
Luquinhas curtindo o as clássicas vias do quartzito
No dia seguinte choveu muito e após a chuva
parar um pouquinho, como a via da aresta estava molhada, entrei para isolar a
Cura Trimura (um 8b-c muitoooooooooooooo mais para 8c HARD, rs) que se
caracteriza por um Boulder inicial de micro regletes machuquentos. Creio ser
uma via mais feminina por termos mãos menores que cabem perfeitamente em seus
regletes, rs. Após algumas tentativas achei o meu jeito no crux e sabia que
seria capaz de mandá-la, porém já era fim de trip e como sabia que tinha que
dar uma mega raça resolvi focar em fazer volume e treinar o meu flash e onsight
em vias mais tranquilas e de graus variados. A bocaina e um lugar versátil que pensa no escalador
experiente mas também naquele escalador iniciante. Dia seguinte retornei a via da
aresta agora seca e a cadena na primeira tentativa, Uiiiiiiiiiiii.
Lucas no duro crux da via Filho de todos
Durante a trip tiveram várias cadenas
lindas de se ver: Kbeça e Lucas na Filha de Todos e outro décimo que não me
lembro o nome ao lado da clássica Neblina Baixa no Tsunami, Lucas Lima na Só pra Variar , Lucas Motoshima
na Você Decide, Flavia dos Anjos retornando ao climbing e varrendo os sétimos,
Rafinha do (rs) Araxá na Universo Paralelo, Arguinho na
Bafo de Onça, Gustavinho na Muy Hermosa...
Felipe Dallorto diretamente do psicobloc para escalada de vias com costuras e corda.
De cabeça feita terminei meu último dia de
escalada em overdose total de climbing e muito feliz pelos maravilhosos dias
que passamos com os amigos bisonhos e cabulosamente engraçados, rs. Quero
voltar logo para mandar meus projetinhos Bafo de Onça e Cura Trimura, Kmommmm