segunda-feira, 18 de novembro de 2013

COLÔMBIA PARTE 2


Bom, continuando o relato da Colômbia...
Na Quarta após muita correria (subir a trilha do abrigo da Adriana às vias de Machetá, desequipar  os projetos montados, descer a trilha, arrumar as coisas  e retornar a Bogotá) finalmente encontramos nossos amigos colombianos e partimos de carro rumo a tão sonhada Florián.
A pequena cidade de Florián fica a cerca de 300 km de Bogotá e uma parte do acesso se faz por estrada de terra. Tem como ponto turístico uma linda cachoeira que cai por 300 m após atravessar uma gruta cheia de estalactites (o delírio da escalada). Esta formação natural maravilhosa é conhecida como Ventanas de Tisquizoque.
 
Archivo:Ventanas de Tisquizoque.jpg
 

Chegamos em plena festa da cidade e arrumar um lugar para 5 pessoas ficarem não foi nada fácil rs. Depois de muito procurarmos ficamos na casa de um amigo do Vicente, amigo local da "Galera" com quem estávamos. Os colombianos são muito receptivos.
 
Dormimos e após um excelente café da manhã (prato de futas, arepas e café ou tinto, rs) fomos escalar. Estava chovendo mas isso não é problema para a escalada em Florián, Obaaaaaaaaaaa!!!

 O setor da "Cueva" é muito incrível e lembra o filme de Indiana Jones como disse bem o Kbeça. Após um portal de pedra atravessamos duas pontes adrenantes de madeira sobre o rio que forma a bela cachoeira adiante. Logo após uma caminhada de apenas 5 min neste cenário se encontram as incríveis chorreiras de Florian. Um lugar imponente e surreal!!!
 
 
 
 Nos deliciamos em suas chorreiras mega aderentes!
Durante os próximos dias entrei em dois sextos graus alucinantes (infelizmente ainda não há muitas vias mais fáceis lá) , mandei um 8ª que quase saiu flash e infelizmente, somente no penúltimo dia, entrei num 9ª alucinante que me encaixei bem mas a mão já não mais aguentava apertar as chorreiras machuquentas , rs.
 
O local ainda conta com poucas vias (setor novo) porém todas as quais tive o prazer de experimentar foram inesquecíveis!
Após Florián ainda retornamos a Machetá após carona e hospedagem com outros amigos que foram nos apresentados.

Em Machetá encadenei a Putas de Yoyo (um oitavo grau incrível de teto em mega agarrões com um crux bem definido ), La Terapia (pendente na primeira ida a lá) e outras vias. Equipei a linda Nueva Escuela 8b para conhecer e el Mago 9c para o Kbeça mandar flash após indicação de nossos amigos. Com certeza malharia e quem sabe não sairia meu primeiro 9c nesta trip (me encaixei bem nos lances) mas em trip de escalada tenho a consciência que não se deve bitolar muito em uma via e sim tentar usufruir e conhecer o máximo de vias possíveis. Fica o sonho de quem sabe retornar e mandar os projetos pendentes... mas são tantos lugares no mundo ainda por conhecer... aiaiaiaiaia
 

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

COLÔMBIA PARTE 1: PÓ BRANCO? SÓ SE FOR MUITO MAGNÉSIO


Não abandonei o blog galera, apenas tirei férias de 2 semanas cujo destino de “trip de escalada” foi a Colômbia. E claro, quando se volta de férias colocar as coisas em ordem demora um pouquinho, hehe.

Eu e Kbeça partimos para Bogotá dia 04 de outubro. Essa viagem surgiu após trocarmos idéia com o Luca, amigo nosso que tinha acabado de escalar lá devido ao seu trabalho nômade no Cirque du Soleil.

Chegamos já era noite e fomos direto para o hostel Fátima que fica no bairro candelária com a indicação do Oscar. O hostel estava festejando seis anos de existência e dormirmos ao som de música afro colombiana. Muito bom o som! Músicas latinas calientes, rs.
http://www.hostalfatima.com/index.php

Dia seguinte após um belo café da manhã servido no hostel (ovos mexidos com tomate e cebola, pão e café) cambiamos algum dinheiro e partimos de ônibus para Suesca, campo escola de escalada da Colômbia.


O objetivo era conhecer alguns escaladores locais e partirmos com maiores informações a Machetá e Florian que eram nossos picos almejados.

Final de semana Suesca, há apenas 59 km de Bogotá, fica cheio de turistas e achar um lugar para dormir se encontra um tanto complicado, rs. Tentamos nos hospedar em Caminos de Suesca mas o hostel já estava lotado, tentamos um outro ao lado que também estava cheio. Por por fim e sorte conseguimos ficar no El Nómada, um café hostel de escaladores com excelente e típico café da manhã colombiano: Um mega prato de frutas (morango, manga, banana, maça) e arepas de queijo ( massa típica colombiana de farinha de milho) com ovos mexidos, suco e chocolate quente.
http://www.elnomadahostel.com/


Abaixo as viciantes arepas de queijo Hummmmmmmmmmmm


Abastecidos e entupidos, rs, partimos a escalada. Uma caminhada plana de apenas 10 min. e você já estará na base das vias. Sim, é muito cômodo. A pedra fica ao lado de uma ferrovia desativada e enquanto você escala se vê muita família e cachorros curtindo a natureza e tirando fotos.


Eu e Kbeça escalamos em Suesca no Sábado e Domingo. Oh lugarzinho HARD, rs. A escalada lá é muito técnica e de repente se tem um crux bem definido e esquisito de abaulados ruins. Isso tudo com grampos megaaaaaaaaaaaaaaaa longes! Aff rs.

Apanhei de um 8b brasileiro com um crux de blocada com o pé megaaaaa alto e entrei num 8c-9ª brasileiro incrível mas sem pés no crux, rs. Nada de cadena, rs. Kbeça também achou tudo muito técnico e hard. Na verdade o forte de lá são as fendas mas como não tínhamos móveis entramos somente nas vias grampeadas (pouco grampeadas, rs).

Essa nossa logística de irmos primeiro a Suesca foi essencial para o futuro de nossa trip, pois na base de uma das vias conhecemos os amigos Gabriel, Miguel e Lina. Pessoas muito queridas que seriam nossos guias em Flórian nos próximos dias.

Segunda feira eu e Kbeça partimos para os tão sonhados negativos de Machetá. Pegamos dois ônibus engraçados e coloridos porém lotados. Os ônibus colombianos lembram um besouro colorido e têm uma busina tipo de navio. Eles colocam um perfume enjoativo que da vontade de vomitar e vão catando pessoas na estrada até não mais caber ninguém. A população colombiana é basicamente rural e muitos dependem desses ônibus (que parecem vãs) para resolverem suas vidas nas cidades. Abaixo um dessas figuras mais discretas, rs (camuflado porque a noite... suas anteninhas acendem, rs)

 

Chegando em Machetá, mais especificamente na Quebrada Água Branca, procuramos pelo famoso abrigo de Adriana. Adriana não estava e tivemos que procurar um abrigo no pequeno povoado de Machetá. Esse dia foi o pior de nossa trip. Desolados por não encontramos Adriana ficamos num simples Hotel na beira da estrada e não conseguimos almoçar e nem jantar no povoado tamanha bagunça e sujeira do local. Na verdade eram campesinos simples em dia de feira e era visível a pobreza da população. Não tive coragem de comer na cidadezinha e fiquei o dia inteiro só com galetitas colombianas e o Kbeça com seu frango assado e batata chips, rs.  

Ainda nesse dia fomos escalar para pelo menos conhecer os famosos negativos de Machetá. O Abrigo da Adriana fica na base da caminhada para as vias. São em torno de 20 min de caminhada íngreme dentro do seu terreno.




 
https://www.facebook.com/adri.7111/about (Contato da Adriana pelo facebook)
 
 A escalada é surreal!!! As vias são de agarras grandes e  anatômicas com o final negativo e que terminam em  teto na sua grande maioria. Entrei num 8ª flash e cai tijolada no crux final. O crux era custurar a parada dupla pois a agarra final era uma pinça abaulada e de lado num teto, aff. Acabou que não entrei mais na via nessa primeira temporada em Machetá pois queria escalar muitas outras coisas e me desgastei mentalmente nela devido a sensação de exposição. Descemos no final da noite muito cansados e desnutridos, rs e retornamos ao povoado de Machetá.
 


Dia seguinte de volta ao climbing equipei La Terapia, um 8 a-b bem indicado pelos meus amigos colombianos porém também cai no final, aiaiaiaiaia. Kbeça se deslumbrou nas vias e ia varrendo o local aos poucos, rs. Era seu estilo de escalada, deslumbrava ele. Conseguimos essa noite dormir no abrigo de Adriana após um telefonema salvador e assim foi possível fazermos a nossa própria comida J.

 A noite recebemos uma mensagem da galera que partiria dia seguinte a Florian. Acordamos na quarta cedo, desequipamos as vias montadas e corremos literalmente para Bogotá ao encontro de nossos amigos colombianos. Uhuuuuuuuuuuuuu Nossa trip ficava progressivamente mais incrível!!!