Não abandonei o blog galera, apenas tirei férias de 2
semanas cujo destino de “trip de escalada” foi a Colômbia. E claro, quando se
volta de férias colocar as coisas em ordem demora um pouquinho, hehe.
Eu e Kbeça partimos para Bogotá dia 04 de outubro. Essa
viagem surgiu após trocarmos idéia com o Luca, amigo nosso que tinha acabado de
escalar lá devido ao seu trabalho nômade no Cirque du Soleil.
Chegamos já era noite e fomos direto para o hostel Fátima
que fica no bairro candelária com a indicação do Oscar. O hostel estava festejando
seis anos de existência e dormirmos ao som de música afro colombiana. Muito bom
o som! Músicas latinas calientes, rs.
http://www.hostalfatima.com/index.php
Dia seguinte após um belo café da manhã servido no hostel
(ovos mexidos com tomate e cebola, pão e café) cambiamos algum dinheiro e
partimos de ônibus para Suesca, campo escola de escalada da Colômbia.
O objetivo era conhecer alguns escaladores locais e
partirmos com maiores informações a Machetá e Florian que eram nossos picos
almejados.
Final de semana Suesca, há apenas 59 km de Bogotá, fica
cheio de turistas e achar um lugar para dormir se encontra um tanto complicado,
rs. Tentamos nos hospedar em Caminos de Suesca mas o hostel já estava lotado,
tentamos um outro ao lado que também estava cheio. Por por fim e sorte conseguimos
ficar no El Nómada, um café hostel de escaladores com excelente e típico café
da manhã colombiano: Um mega prato de frutas (morango, manga, banana, maça) e
arepas de queijo ( massa típica colombiana de farinha de milho) com ovos
mexidos, suco e chocolate quente.
http://www.elnomadahostel.com/
Abaixo as viciantes arepas de queijo Hummmmmmmmmmmm
Abastecidos e entupidos, rs, partimos a escalada. Uma
caminhada plana de apenas 10 min. e você já estará na base das vias. Sim, é
muito cômodo. A pedra fica ao lado de uma ferrovia desativada e enquanto você
escala se vê muita família e cachorros curtindo a natureza e tirando fotos.
Eu e Kbeça escalamos em Suesca no Sábado e Domingo. Oh
lugarzinho HARD, rs. A escalada lá é muito técnica e de repente se tem um crux
bem definido e esquisito de abaulados ruins. Isso tudo com grampos
megaaaaaaaaaaaaaaaa longes! Aff rs.
Apanhei de um 8b brasileiro com um crux de blocada com o pé
megaaaaa alto e entrei num 8c-9ª brasileiro incrível mas sem pés no crux, rs.
Nada de cadena, rs. Kbeça também achou tudo muito técnico e hard. Na verdade o
forte de lá são as fendas mas como não tínhamos móveis entramos somente nas
vias grampeadas (pouco grampeadas, rs).
Essa nossa logística de irmos primeiro a Suesca foi
essencial para o futuro de nossa trip, pois na base de uma das vias conhecemos
os amigos Gabriel, Miguel e Lina. Pessoas muito queridas que seriam nossos
guias em Flórian nos próximos dias.
Segunda feira eu e Kbeça partimos para os tão sonhados
negativos de Machetá. Pegamos dois ônibus engraçados e coloridos porém lotados.
Os ônibus colombianos lembram um besouro colorido e têm uma busina tipo de
navio. Eles colocam um perfume enjoativo que da vontade de vomitar e vão
catando pessoas na estrada até não mais caber ninguém. A população colombiana é
basicamente rural e muitos dependem desses ônibus (que parecem vãs) para
resolverem suas vidas nas cidades. Abaixo um dessas figuras mais discretas, rs (camuflado porque a noite... suas anteninhas acendem, rs)
Chegando em Machetá, mais especificamente na Quebrada Água
Branca, procuramos pelo famoso abrigo de Adriana. Adriana não estava e tivemos
que procurar um abrigo no pequeno povoado de Machetá. Esse dia foi o pior de
nossa trip. Desolados por não encontramos Adriana ficamos num simples Hotel na
beira da estrada e não conseguimos almoçar e nem jantar no povoado tamanha
bagunça e sujeira do local. Na verdade eram campesinos simples em dia de feira
e era visível a pobreza da população. Não tive coragem de comer na cidadezinha
e fiquei o dia inteiro só com galetitas colombianas e o Kbeça com seu frango
assado e batata chips, rs.
Ainda nesse dia fomos escalar para pelo menos conhecer os
famosos negativos de Machetá. O Abrigo da Adriana fica na base da caminhada
para as vias. São em torno de 20 min de caminhada íngreme dentro do seu
terreno.
A escalada é
surreal!!! As vias são de agarras grandes e anatômicas com o final negativo e que terminam
em teto na sua grande maioria. Entrei
num 8ª flash e cai tijolada no crux final. O crux era custurar a parada dupla pois
a agarra final era uma pinça abaulada e de lado num teto, aff. Acabou que não
entrei mais na via nessa primeira temporada em Machetá pois queria escalar
muitas outras coisas e me desgastei mentalmente nela devido a sensação de
exposição. Descemos no final da noite muito cansados e desnutridos, rs e retornamos
ao povoado de Machetá.
Dia seguinte de volta ao climbing equipei La Terapia, um 8
a-b bem indicado pelos meus amigos colombianos porém também cai no final,
aiaiaiaiaia. Kbeça se deslumbrou nas vias e ia varrendo o local aos poucos, rs.
Era seu estilo de escalada, deslumbrava ele. Conseguimos essa noite dormir no
abrigo de Adriana após um telefonema salvador e assim foi possível fazermos a
nossa própria comida J.
A noite recebemos uma
mensagem da galera que partiria dia seguinte a Florian. Acordamos na quarta
cedo, desequipamos as vias montadas e corremos literalmente para Bogotá ao
encontro de nossos amigos colombianos. Uhuuuuuuuuuuuuu Nossa trip ficava progressivamente
mais incrível!!!